A recuperação gradual da atividade econômica do Brasil e o aprimoramento do arcabouço regulatório da previdência complementar fechada foram destaques positivos para o nosso sistema no primeiro semestre de 2018. Apesar das incertezas políticas e econômicas de um ano eleitoral, o nosso setor continua se solidificando, tanto em resultados, quanto em governança. Os ativos totais das Entidades Fechadas no Brasil somam hoje R$ 847,5 bilhões, colocando o País no 9º lugar no ranking mundial dos fundos de pensão.
A previdência complementar vem se consolidando cada vez mais como parte da solução dos problemas de renda na terceira idade em todo o mundo, pois a crise da previdência social não atinge apenas o Brasil. Segundo dados do Fórum Econômico Mundial, a cada 24 horas, o déficit do sistema de pensões em oito das maiores economias do mundo aumenta em US$ 28 bilhões (R$ 115 bilhões). Nos Estados Unidos, país mais afetado, o número de pessoas em precária situação financeira após os 65 anos atingiu níveis sem precedentes.
Em um estudo recente da AON Brasil, apenas 56% das 536 empresas pesquisadas oferecem aos funcionários planos de previdência complementar, sendo que a maior parte delas dispõe de planos de previdência privada aberta - PGBL e VGBL - que são comercializados por bancos e seguradoras. Mas, afinal, qual é a diferença entre a previdência fechada e a aberta? Dedicamos a matéria principal desta edição à Educação Financeira e Previdenciária, com o objetivo de levar mais informações aos nossos Participantes sobre as vantagens de um Plano administrado por uma entidade fechada sem fins lucrativos, como a nossa Fundação, em relação a produtos similares oferecidos no mercado.
Por falta de conhecimentos básicos ou interesse em finanças, muitas pessoas são levadas a fazer escolhas equivocadas que podem comprometer seriamente o seu futuro, e este grupo hoje, infelizmente, é maioria no Brasil. De acordo com levantamento do Datafolha de 2017, 65% das famílias não têm o hábito de poupar para o futuro, um comportamento identificado até mesmo entre os mais ricos. Por outro lado, para quem busca conhecimento, existe hoje farta informação disponível – inclusive no hot site do nosso Programa Renda Mais - para aqueles que desejam se organizar de forma pragmática e constituir um patrimônio para a sua vida futura.
São muitos os nossos desafios para este ano. O ambiente de juros baixos, que ainda é motivo de estranheza para alguns investidores brasileiros acostumados a retornos mais altos em investimentos de curto prazo – assunto tratado em nossa coluna de Investimentos - é um deles. Diante deste cenário, fez-se necessária a adequação das taxas de juros dos Planos, com metas atuariais compatíveis com a atual realidade econômica do País, assim como ajustes em hipóteses e tábuas atuariais.
Continuaremos atentos e prudentes em nossa gestão, acompanhando as expectativas e apreensões quanto aos novos rumos políticos, econômicos e sociais que o Brasil tomará no futuro próximo.
Boa Leitura!
Fernando Pimentel
Diretor-Presidente