As projeções da ONU continuam otimistas em relação ao crescimento da população mundial: até o final do século, deveremos passar dos 7,7 bilhões para 10,9 bilhões de pessoas. Entretanto, esse crescimento não será igual em todos os países e o Brasil faz parte do grupo que deverá ter o envelhecimento mais rápido. Em 2080, a nossa população de idosos com mais de 80 anos será maior do que a de jovens de até 14 anos.
No âmbito da poupança previdenciária, isso significa que a organização financeira deve começar o mais cedo possível para que se acumule uma reserva maior. Isso exige disciplina. Porém, a falta de projeto para a aposentadoria ainda é comum entre os brasileiros. Segundo pesquisa recente da Anbima*, 56% das pessoas que ainda não se aposentaram acredita que será sustentada pela previdência social e 8% disseram não ter a menor ideia de onde virá o dinheiro que as sustentará na velhice. Infelizmente, ainda temos um longo caminho a ser percorrido na educação financeira e previdenciária no Brasil.
Por outro lado, a reforma da previdência social está suscitando o interesse dos brasileiros que estão preocupados com o seu futuro por outras fontes de renda. O reflexo disso já pode ser sentido no segmento de previdência complementar. E os nossos números são sólidos e animadores. O nível de solvência das entidades fechadas brasileiras (EFPCs) é hoje um dos melhores do mundo se comparado aos principais países que adotam a Previdência Complementar: 98%. Estamos acima dos fundos de previdência dos EUA, da Alemanha e do Canadá. O nível de equilíbrio do sistema no Brasil equipara-se ao dos fundos ingleses e aproxima-se bastante da situação holandesa e suíça.
O grande desafio do nosso segmento atualmente é a redução das taxas de juros. Estamos chegando ao fim do ano de 2019 e, nesta reta final, a tendência se confirmou: a taxa Selic teve a terceira queda seguida e renovou mais uma vez seu piso histórico, atingindo 5% a.a.
Este cenário impacta diretamente os fundos de pensão, uma vez que irá refletir na expectativa de rentabilidade dos Planos e nos benefícios que são recalculados regularmente (saiba mais na página 3). Os princípios da segurança e da rentabilidade representam um paradoxo para os investimentos. Administrar o patrimônio da Atlântico com a devida adequação à dinamicidade dos cenários econômicos é nosso dever fiduciário enquanto gestores de planos de previdência complementar.
Em contrapartida, a redução das taxas também está trazendo boas notícias. Com custo de financiamento menor, os consumidores tendem a comprar mais e a economia está se aquecendo. A inflação do mês de novembro foi a mais baixa desde 1998 e em outubro foi registrada a criação de 17 mil novos empregos.
A Fundação está concluindo o ano com 25.882 participantes, recebemos 342 novas adesões e pagamos cerca de 500 milhões de reais em benefícios até o mês de novembro. Efetuamos 55 mil atendimentos, concedemos mais de 450 novos benefícios, além de 5.827 empréstimos no valor de R$ 20,278 milhões. Os números totais serão conhecidos quando da publicação dos Relatórios Anuais do exercício de 2019.
Para o ano de 2020, continuaremos com todo o nosso empenho para fortalecermos a relação de credibilidade e confiança que vimos construindo ao longo desses 15 anos junto aos nossos Participantes e Assistidos, Patrocinadoras e Conselheiros.
Agradecemos a todos pelo apoio e desejamos boas festas e um ano novo próspero e de muitas realizações! Fernando Pimentel Diretor-Presidente
* Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de CapitaisFernando Pimentel
Diretor-Presidente
